De promessa à realidade, Wesley se supera e é convocado para a Seleção. Flamengo lidera ranking de convocados.
A convocação de Dorival Júnior para as partidas contra Colômbia e Argentina mexeu no ranking das listas da Seleção desde a Copa do Mundo do Catar, que agora tem o Flamengo como o clube brasileiro com mais jogadores convocados.
Com seus sete representantes — Wesley, Danilo, Fabrício Bruno, Gerson, Ayrton Lucas, Léo Ortiz e Pedro — o Flamengo assume a liderança desse ranking. O Palmeiras vem logo atrás, com seis jogadores convocados – Weverton, Murilo, Raphael Veiga, Rony, Estevão e Endrick.
Desde a última Copa, 77 jogadores passaram pelas listas da Seleção, sendo que 54 deles foram escolhidos por Dorival Júnior, que assumiu a equipe em 2023. Um dos destaques é Wesley, único convocado que ainda não vestiu a camisa da Seleção em campo.

Wesley: de desacreditado ao estrelato
Dentre os sete flamenguistas convocados no ciclo atual para a próxima Copa, Wesley é a grande novidade e uma das histórias mais marcantes. Sua convocação não foi uma surpresa para aqueles que acompanham de perto os corredores do Ninho do Urubu. Desde sua chegada ao Flamengo, ainda em 2021, havia a certeza de que ele poderia alcançar a Seleção Brasileira, mesmo que sua jornada tenha começado de forma humilde.
Natural de Santa Catarina, Wesley atuava pelo Tubarão-SC, recebendo um salário simbólico de R$ 150 por mês. Aos 17 anos, assinou com o Flamengo sem custos para o clube, com um salário inicial de R$ 3 mil mensais. Começou no sub-20 B, mas rapidamente mostrou seu valor e estreou no time profissional ainda em 2021, na derrota por 2 a 0 para o Atlético-GO, pela última rodada do Brasileirão.

A partir de 2022, sua ascensão foi meteórica. Tornou-se titular do sub-20 A, foi testado no profissional no início do Carioca e, mesmo sob críticas da torcida, ganhou espaço. A grande virada veio em 2023, quando Jorge Sampaoli assumiu o Flamengo e apostou em Wesley como titular. Em 2024, sob o comando de Tite e Filipe Luís, além de se firmar no time principal, o jovem também foi eleito o melhor lateral-direito do Campeonato Brasileiro.
Contrato renovado e futuro europeu
Diante do sucesso, em julho do ano passado, Wesley renovou contrato com o Flamengo até o fim de 2028, com uma multa rescisória estipulada em 200 milhões de euros (cerca de R$ 1,1 bilhão). Além disso, o clube carioca comprou mais 20% dos direitos econômicos do jogador por 1,5 milhão de euros, garantindo 90% dos valores em uma eventual venda.
O futebol de Wesley naturalmente atraiu olhares da Europa. O Flamengo, no entanto, recusou propostas que poderiam ser apontadas como “irrecusáveis” no início de 2025: 15 milhões de euros (R$ 95,6 milhões) do Aston Villa (Inglaterra), 20 milhões de euros (R$ 126,6 milhões) do Milan e da Atalanta (Itália), além de uma oferta de 25 milhões de euros (R$ 153 milhões) do Zenit (Rússia).
Internamente, a leitura do Flamengo e dos empresários do jogador é de que Wesley não deve ser vendido por menos de 30 milhões de euros (aproximadamente R$ 191,7 milhões). O clube planeja negociá-lo apenas após o Mundial de Clubes, ciente de que seu valor de mercado pode aumentar ainda mais, especialmente agora que a profecia de ser convocado pela Seleção Brasileira foi cumprida.
Com a camisa do Flamengo, Wesley soma 117 jogos , dois gols, cinco assistências e cinco títulos no profissional: as Copas do Brasil de 2022 e 2024; a Libertadores de 2022, o Carioca de 2024 e a Supercopa de 2025.

Domínio Rubro-Negro na Seleção
O Flamengo consolidou seu protagonismo no futebol brasileiro ao se tornar o clube com mais jogadores convocados para a Seleção Brasileira no ciclo rumo à Copa do Mundo de 2026. A recente lista de Dorival Júnior para os confrontos contra Colômbia e Argentina elevou o número de rubro-negros chamados para sete desde o fim do Mundial do Catar, superando o Palmeiras, que soma seis atletas.
A mais recente convocação de Dorival Júnior incluiu quatro rubro-negros — Léo Ortiz, Danilo, Gerson e Wesley —, algo que não acontecia em partidas oficiais há 36 anos. O Flamengo não tinha tantos representantes na Seleção desde a Copa América de 1989, quando Zé Carlos, Jorginho, Aldair e Bebeto foram chamados por Sebastião Lazaroni.