Sonho adiado? Estádio novo enfrenta problemas para ser construído. Entenda

Projeção Estádio Flamengo (Foto: Reprodução)

Projeção Estádio Flamengo (Foto: Reprodução)

Novo estádio do Flamengo enfrenta dois impasses importantes que podem adiar o sonho do torcedor pela nova casa.

Apesar de já possuir a “chave” do terreno do Gasômetro, o Flamengo ainda não iniciou as obras no local. O clube, que planeja a construção de seu novo estádio, enfrenta dois impasses que estão atrasando o processo: a pendência de assinatura de um termo essencial para o início dos trabalhos e a necessidade de realocar uma tubulação de gás no terreno. 

Esses problemas, se não resolvidos, podem prolongar ainda mais o prazo final para a construção do tão sonhado novo estádio próprio.

Projeção Estádio Flamengo (Foto: Reprodução)
Projeção Estádio Flamengo (Foto: Reprodução)

Sem acordo, sem estádio?

O primeiro grande impasse para a realização do sonho do Flamengo ter seu estádio próprio está em um acordo ainda pendente com a Caixa Econômica Federal. A Caixa administrava o fundo privado que era dono do terreno do Gasômetro até a área ser desapropriada pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Esse acordo é crucial para que o clube se torne oficialmente proprietário do terreno.

A assinatura do termo, prevista inicialmente para acontecer na primeira semana de janeiro, foi adiada por 90 dias a pedido do presidente Bap. Sem a formalização desse documento, o Flamengo ainda não pode ser considerado dono do local, o que mantém a situação indefinida.

Caso o acordo não seja concluído, a posse do terreno, assumida pelo Flamengo em outubro do ano passado, será anulada. Isso resultaria na dissolução do acordo firmado entre o clube, a Caixa, a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Prefeitura do Rio. Nesse cenário, a disputa pelo Gasômetro retornaria para as mãos da justiça, atrasando ainda mais o sonho do novo estádio rubro-negro.

O outro problema

O segundo impasse que neste momento atrapalha a construção do novo estádio é uma tubulação de gás. O equipamento é da CEG (Companhia Estadual de Gás) e ocupa cerca de 3 mil metros quadrados do terreno. A tubulação precisa ser realocada, gerando discussões sobre responsabilidades entre o clube, a prefeitura e o governo estadual, podendo impactar no cronograma e nos custos da obra.

Estádio do Flamengo Gasômetro (Foto: André Durão)
Estádio do Flamengo Gasômetro (Foto: André Durão)

Prefeitura nega

Tanto o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, quanto o deputado federal Pedro Paulo, que apoiam publicamente a construção do novo estádio, negaram que a questão da tubulação de gás seria um problema e disseram que a remoção não atrasa a obra, nem aumenta os custos.

“Adversários ocultos do estádio do Flamengo, parem de criar problemas aonde não tem. Eu e o deputado Pedro Paulo já informamos que essa questão será de responsabilidade do município. Parem de chatear pq eu não aguento mais defender o Flamengo. A única traição que me permito ao Vascão é vibrar com o desempenho da minha amada Maricá no Cariocão desse ano!”, declarou Eduardo Paes nesta quinta-feira (23), em publicação no ‘X’ (antigo Twitter)

Flamengo pode recuperar o dinheiro investido?

O Flamengo já desembolsou um total de R$ 146 milhões, pagos à vista, para adquirir o terreno do Gasômetro. Desse valor, R$ 138,2 milhões foram pagos no leilão e outros R$ 7,8 milhões após uma perícia técnica. 

Para que esse dinheiro retornasse aos cofres rubro-negros, seria necessário um novo acordo envolvendo tanto a Caixa Econômica Federal quanto a Prefeitura do Rio de Janeiro, que dificilmente aceitariam desfazer o negócio. Mesmo assim, reverter a situação não seria uma tarefa simples

A compra do terreno foi aprovada em julho do ano passado durante uma reunião do Conselho Deliberativo do Flamengo, com 602 votos a favor, 33 contrários e apenas quatro abstenções. Para que a anulação da compra ocorra, seria necessário convocar uma nova reunião do Conselho e obter, mais uma vez, a maioria dos votos dos sócios do clube. 

Além disso, o Flamengo também gastou para contratar a “Arena Events+Venues” para montar o projeto do estádio e fazer o estudo de viabilidade técnica que previu R$ 1,93 bilhão em investimentos no total. Esses valores de contratação não teriam como ser devolvidos, uma vez que o projeto foi entregue e o serviço finalizado.

Obras previstas de acesso no estádio do Flamengo no primeiro estudo (Foto: Divulgação)
Obras previstas no estádio do Flamengo no primeiro estudo (Foto: Divulgação)

O que diz a nova diretoria?

O discurso da diretoria se mantém atual. Bap e sua equipe definiram dois passos imediatos: um novo estudo de viabilidade e debates com a Prefeitura do Rio de Janeiro sobre o prazo de construção. 

A gestão anterior havia projetado a inauguração do estádio para o dia 15 de novembro de 2029, data em que o Flamengo completará 134 anos de história. No entanto, a nova gestão adota uma postura mais cautelosa, evitando acelerar as discussões e priorizando análises mais detalhadas e seguras sobre a viabilidade do projeto.

— A discussão do estádio ficou contaminada no processo eleitoral. Não existe um estudo de viabilidade financeiro-econômica até agora. Ninguém constrói do zero sem um estudo desse, e no Flamengo não é diferente. Esse é o projeto da vida do clube. Vamos fazer nosso estádio, mas não a custo de performance esportiva nem a custo de um endividamento brutal. Vamos construir no ritmo que não prejudique a performance esportiva do clube — afirmou Bap no dia 18 de dezembro, quando tomou posse como presidente do Flamengo para o triênio 2025-2027.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress