Ricardo Lomba e o Conselho Deliberativo do Flamengo: Uma Nova Era ou Mais do Mesmo?

Ricardo Lomba e o Conselho Deliberativo do Flamengo

Ricardo Lomba, ex-vice-presidente de Futebol do Flamengo – Foto: Gilvan de Souza

No universo Rubro-Negro, onde as paixões se cruzam com a política, Ricardo Lomba foi eleito presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo, o órgão mais poderoso depois da torcida (que, convenhamos, manda em tudo). Com 943 votos, Lomba derrotou Álvaro Ferreira, que ficou com 171 (mal deu para suar a camisa). Mas o que significa, afinal, assumir o comando deste importante órgão? E mais: o que esperar de um homem cujo histórico no clube já foi alvo de polêmicas?

Conselho Deliberativo: o STF da Gávea

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Ricardo Lomba foi eleito presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo (Foto Lucas Bayer/Lance!)

Pense no Conselho Deliberativo como o Supremo Tribunal Federal do Flamengo – só que aqui as togas são substituídas por mantos sagrados. Esse grupo decide tudo que é relevante: aprova contratos, obras, mudanças no Estatuto e até o design dos uniformes (sim, aquela camisa linda que você comprou passou por lá). Eles também têm o poder de julgar e punir os sócios que saem da linha. Traduzindo para o “flamenguês”: eles são o coração político-administrativo do clube.

Recentemente, o Conselho mostrou sua força ao barrar mudanças que poderiam facilitar a transformação do Flamengo em uma SAF (Sociedade Anônima de Futebol). E aqui fica a pergunta: qual será a postura de Lomba em um cargo que exige tanto pulso firme quanto jeitinho diplomático?

Quem é Ricardo Lomba?

Ricardo Lomba não é um novato na Gávea. Funcionário da Receita Federal, ele sabe como lidar com números e burocracia (algo útil num clube com um orçamento de milhões). Já foi vice-presidente de Futebol na gestão Bandeira de Mello e, em 2018, tentou a presidência do Flamengo, mas perdeu para Rodolfo Landim. De lá para cá, Lomba construiu uma reputação de gestor técnico, mas foi alvo de críticas quando ocupou cargos operacionais.

Como VP de Futebol, enfrentou uma fase turbulenta, marcada por críticas à gestão de contratações e desempenho em campo. Ou seja, o passado do homem é uma montanha-russa, com altos e baixos. Agora, como presidente do Conselho Deliberativo, o jogo muda: será ele o árbitro das decisões, e não mais o técnico sob pressão.

A importância do cargo – e o peso da responsabilidade

Liderar o Conselho Deliberativo do Flamengo é, literalmente, lidar com paixões. Qualquer decisão, seja aprovar um novo patrocínio ou barrar uma ideia maluca da diretoria, passa por esse órgão. É um trabalho de equilíbrio, que exige mais diplomacia do que um clássico no Maracanã.

Lomba herda um ambiente político fragmentado. De um lado, há uma base que apoia a continuidade da gestão atual. De outro, a oposição ganha força entre os descontentes. Ele terá que atuar como um verdadeiro maestro, regendo uma orquestra que, às vezes, parece desafinada.

O que esperar de Lomba no futuro?

Aqui começa o jogo das incertezas. Se, por um lado, sua experiência administrativa é uma vantagem, por outro, seu histórico em cargos executivos ainda levanta dúvidas. Será que Lomba conseguirá ser o mediador que o Flamengo precisa? Ou veremos uma gestão engessada pela mesma polarização que tem dominado a política do clube?

O desafio é enorme: manter o Flamengo em harmonia política, evitar escândalos e garantir que as decisões sejam sempre pautadas pelos interesses do clube. E, claro, lidar com a torcida, que não perdoa erros – no campo ou fora dele.

A voz do torcedor

Por aqui, seguimos atentos. O papel da imprensa não é apenas informar, mas também fiscalizar. Como jornalista e torcedor, acompanho de perto cada passo da nova gestão, com a missão de ecoar a voz da Nação. Lomba terá a oportunidade de mostrar que pode liderar com integridade e visão, mas o tempo dirá se ele será um pacificador ou mais um personagem na complexa novela política da Gávea.

Por enquanto, seguimos com uma certeza: o Flamengo é gigante, e qualquer decisão no Conselho Deliberativo reverbera como um gol no último minuto. Agora é esperar para ver. E, como sempre, cobrar. Afinal, ser Flamengo é isso: viver intensamente, dentro e fora de campo.

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