Caso Plata criou "Guerra Fria" entre Flamengo e Seleção Equatoriana - Foto: Reprodução/Flamengo

Caso Plata: Jogador retornará ao Flamengo em meio a “guerra fria” com Seleção do Equador. Entenda

Divergência médica, nota oficial e bastidores: A cronologia da polêmica entre Plata, Flamengo e a Seleção Equatoriana.

O atacante Gonzalo Plata tornou-se o epicentro de uma disputa silenciosa entre o clube carioca e a Federação Equatoriana de Futebol (FEF) nas últimas semanas. O caso expõe um conflito entre interesses de clubes e seleções nacionais, trazendo à tona tensões sobre a saúde do atleta e a condução do seu tratamento. A seguir, veja a cronologia dos fatos.

A lesão que preocupou o Flamengo

Tudo começou em 19 de abril, durante o clássico entre Flamengo e Vasco. Gonzalo Plata entrou no segundo tempo, mas ao final da partida já relatava dores no joelho direito, um incômodo que viria a ser o início de uma série de desencontros médicos. Na reapresentação do time, no domingo seguinte, Plata foi reavaliado e liberado para viajar com a delegação para Quito, onde o Flamengo enfrentaria a LDU pela Libertadores.

Porém, o atacante não conseguiu participar normalmente dos treinos na segunda-feira e, no dia do jogo, foi novamente reavaliado, ficando fora até mesmo do banco de reservas. Após o retorno ao Brasil, no dia 23 de abril, exames confirmaram um leve edema ósseo no joelho direito, com recomendação de descanso e recuperação até que o jogador ficasse livre de dores.

Apesar da lesão, Plata foi relacionado e participou das partidas contra Corinthians, em 27 de abril, e Botafogo-PB, em 1º de maio, quando atuou por 79 minutos. Porém, as dores retornaram com intensidade, e no dia 3 de maio, o Flamengo anunciou que Plata passaria a fazer controle de carga para evitar agravamento, ficando de fora do confronto contra o Cruzeiro.

Plata em ação no Botafogo-PB x Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Plata em ação no Botafogo-PB x Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Tratamentos divergentes aumentam tensão

O departamento médico do Flamengo iniciou um protocolo de recuperação, incluindo procedimentos específicos para o edema ósseo, com foco na liberação do jogador para a disputa da Copa do Mundo de Clubes.

Paralelamente, o estafe de Plata buscou opiniões médicas externas ao clube, aprofundando o debate sobre o tratamento ideal para a lesão. Foi nesse cenário que, na semana do confronto com a LDU no Maracanã, em meados de maio, o técnico da Seleção Equatoriana, Sebastián Beccacece, visitou Plata no Rio de Janeiro acompanhado do assistente Guillermo Marino e do médico Celio Romero.

Durante essa visita, o médico da comissão técnica equatoriana realizou um novo procedimento no joelho do atacante, com uma abordagem diferente da utilizada pelo Flamengo, sem o consentimento do clube.

Pouco tempo depois, a Federação Equatoriana anunciou a convocação de Gonzalo Plata para a Data FIFA de junho, mesmo sem o atleta estar em condições ideais para jogo, conforme avaliação do departamento médico rubro-negro. O técnico Beccacece justificou a decisão afirmando que Plata seria convocado para acompanhar o processo de recuperação junto à seleção, independentemente da participação em campo.

Plata ao lado do técnico Beccacece — Foto: Divulgação / Seleção equatoriana
Plata ao lado do técnico Beccacece — Foto: Divulgação / Seleção equatoriana

Conflito

No dia 30 de maio, o Flamengo tomou uma postura firme e publicou uma nota oficial contundente, criticando a FEF pela “interferência irresponsável” no tratamento do jogador. O clube destacou que os procedimentos realizados sem autorização feriram o protocolo de recuperação e colocaram em risco a saúde do atleta.

Nos bastidores, o Flamengo enviou um e-mail ao coordenador de seleções da FEF, Pedro Muñoz, anexando o laudo médico e solicitando a desconvocação do atleta. O pedido foi ignorado pela federação, que sugeriu uma liberação antecipada e pediu orientações para que Plata fosse diretamente para os Estados Unidos no dia 11 de junho.

O Flamengo, porém, respondeu que não liberaria o jogador antes do prazo obrigatório pela FIFA e pediu que Plata retornasse imediatamente ao Rio de Janeiro, já que a viagem para os Estados Unidos fora adiada.

Plata na academia do Ninho do Urubu - Foto: Adriano Fontes/Flamengo
Plata na academia do Ninho do Urubu – Foto: Adriano Fontes/Flamengo

Acordo e retorno de Plata ao Flamengo

A “guerra fria” só começou a ser resolvida após uma série de reuniões entre os departamentos médicos do Flamengo e da Federação Equatoriana de Futebol. No dia 3 de junho, foi anunciado que Gonzalo Plata seria desconvocado da seleção e voltaria ao clube para continuar o tratamento.

A FEF apresentou suas considerações e se desculpou por qualquer mal-entendido ocorrido ao longo do processo, e comunicou que Plata permanecerá com a delegação até a partida contra o Brasil (5 de junho), retornando ao Flamengo logo depois (6 de junho), para finalizar sua recuperação.

O Flamengo agradeceu à federação pela compreensão e pelo diálogo construtivo no desfecho do caso e reforçou a necessidade de manter o diálogo aberto para evitar novos conflitos.

Agora, o foco está no retorno de Plata ao Flamengo, onde continuará seu tratamento sob supervisão rigorosa, com expectativa de reintegração ao time principal para as partidas do Mundial de Clubes.

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