Flamengo vende zagueiro e vive semana tensa no Ninho do Urubu com mudanças no departamento médico e demissões em massa.
A notícia menos problemática dos últimos dias no Ninho do Urubu foi a concretização da venda do zagueiro Fabrício Bruno, de 28 anos, para o Cruzeiro, clube onde o jogador foi revelado.
A Raposa aceitou os termos e condições do Flamengo e pagou 7 milhões de euros (R$ 45 milhões) à vista pelos direitos econômicos do jogador a partir do acordo. Fabrício Bruno tinha contrato com o rubro-negro até o fim de 2028, mas agora vai vestir a camisa cruzeirense por quatro temporadas.
Atrito no Ninho do Urubu
José Luiz Runco foi o escolhido por Bap para assumir o cargo de diretor médico geral, que é responsável pelo departamento médico de todas as pastas. Runco volta ao Ninho do Urubu após nove anos e já chegou agitando os bastidores do CT.
O atrito é que esta escolha desagradou até mesmo aliados de Bap, que entenderam que a troca de metodologia e o fato de Runco não trabalhar em um clube há quase uma década, podem causar problemas.
Runco não consegue mudanças no Ninho
Runco já tentou promover duas mudanças no Ninho do Urubu. A primeira foi de não ter mais nutricionistas de performance durante as viagens, algo que está diretamente ligado à dieta dos jogadores como, por exemplo, a prescrição de suplementos.
Essa proposta de mudança já não deve ocorrer e pode ser revertida, inclusive, pela nutricionista nomeada pelo próprio Runco, Silvia Ferreira, que já está trabalhando para mudar essa ordem do novo diretor médico geral.
A outra mudança, que Runco também não conseguiu fazer, foi de retirar o futmesa da academia do Ninho do Urubu. A tentativa causou o primeiro atrito interno e precisou da intervenção do novo diretor de futebol José Boto, que não permitiu a retirada do equipamento, alegando que a decisão de ter ou não o equipamento no CT não deve ser tomada pelo departamento médico. Segundo Boto, essa decisão tem que passar por ele e pelo treinador Filipe Luís.
Demissões em massa
O clima no Ninho do Urubu (CT do Flamengo) ficou quente nos últimos dias com as mudanças da nova diretoria liderada pelo presidente Luís Eduardo Baptista, o Bap.
Ele e Runco já começaram as mudanças e optaram pela demissão de Márcio Tannure, que até então era o gerente de saúde e alto rendimento do clube.
A nova chefia promoveu uma demissão em massa. Nesta semana, quase 40 pessoas foram desligadas do Ninho do Urubu, gerando um clima de tensão e desconforto no CT.
Antes mesmo da reapresentação dos jogadores do elenco profissional do Flamengo, o assunto das demissões já tomava conta do Ninho. Profissionais que estão diretamente ligados ao futebol e aliados de Bap também demonstraram insatisfação com esta notícia.
Promessa de campanha não cumprida
A repercussão dessa notícia das demissões em massa movimentaram de forma negativa a semana do Flamengo – a primeira de Bap oficialmente como novo presidente.
As quase 40 demissões no Ninho do Urubu trouxeram à tona um vídeo feito por Bap durante a campanha eleitoral que foi enviado para os grupos de sócios. Nele, Bap afirmou que seus eleitores poderiam ficar tranquilos e que não deveriam se deixar levar por mentiras sobre demissões em massa:
– Estou gravando esse vídeo para tranquilizar vocês. Não se deixem levar por essas mentiras que estão chegando aos nossos ouvidos, de que, se a nossa chapa vencer as eleições, que vai haver uma demissão generalizada no clube. Isso é mentira. Nossa chapa está pensando no futuro do Flamengo, junto com aqueles que ajudam a construir um Flamengo cada vez maior, como vocês (funcionários) – disse Bap na gravação que circula nas redes sociais.
Nesta semana, em entrevista ao blog do jornalista Mauro Cezar Pereira, do UOL, o presidente do clube explicou as demissões
– Ocorreram mudanças relacionadas com o que pregamos ao longo da campanha. Mudanças ocorreram em menos de 40 casos, sendo que cinco em funções inexistentes anteriormente. Houve alguns casos em que funcionários do clube se engajaram em campanha política, o que é proibido. Então alguns foram desligados por uma questão de conduta profissional. A avaliação dos profissionais que foram desligados foi feita ao longo do tempo.