Gabigol deixa Flamengo, Cabuloso chega ao Cruzeiro

Gabigol no Cruzeiro: Gabi e Flamengo ficam para trás, agora é o Cabuloso!

Gabriel Barbosa encerra sua história no Flamengo para vestir a camisa do Cruzeiro. Ídolo de uma geração, ele deixa um legado que a Nação Rubro-Negra jamais esquecerá.

Gabriel Barbosa, o Gabigol, disse adeus ao Flamengo. Depois de cinco anos, 214 jogos, 150 gols e uma infinidade de histórias, ele encerra sua trajetória no clube que ajudou a colocar novamente no topo do futebol sul-americano e mundial. Agora, veste a camisa do Cruzeiro, o “Cabuloso”, levando consigo o peso de um legado que, para muitos, será difícil de igualar.

A despedida de Gabigol é mais do que o término de um contrato; é o fim de um ciclo histórico, carregado de emoção, conquistas e uma conexão única com a maior torcida do Brasil. Para entender a dimensão de sua saída, é preciso mergulhar no que ele representou para o Flamengo, dentro e fora de campo.

Gabigol e o espírito do Flamengo

Gabigol chegou ao Flamengo em 2019, ainda com o rótulo de promessa que oscilava entre a genialidade e a indisciplina. Mas no Rubro-Negro, ele encontrou o ambiente perfeito para se transformar. Em pouco tempo, incorporou a alma flamenguista: intensa, apaixonada e, acima de tudo, vencedora.

Em campo, ele foi mais do que um atacante. Ele foi um símbolo. Na histórica final da Libertadores de 2019, seus dois gols na virada contra o River Plate entraram para a história do clube e do futebol brasileiro. O Flamengo não apenas venceu; renasceu. E Gabigol era o rosto desse renascimento.

Ele não só entendia o que o Flamengo representava; ele se fundiu com essa essência. Seus gestos provocadores, as dancinhas, o “Hoje tem gol do Gabigol” e até os momentos de marra refletiam o que o torcedor rubro-negro quer ver em campo: um jogador que representa sua paixão e sua fome de vitórias.

Números que falam mais alto que as palavras

Gabriel Barbosa deixa o Flamengo com um currículo impressionante:

  • 214 jogos
  • 150 gols marcados
  • 42 assistências
  • 16 gols em 17 finais disputadas

E, claro, uma prateleira recheada:

  • 2 Libertadores (2019, 2022)
  • 2 Campeonatos Brasileiros (2019, 2020)
  • 3 Supercopas do Brasil, 2 Recopas Sul-Americanas e 3 Cariocas

Mais do que números, esses feitos representam momentos inesquecíveis para a torcida. Cada gol, cada título, cada provocação nos clássicos: Gabigol transformou o ordinário em extraordinário. Ele foi, em muitos sentidos, a personificação de um Flamengo que sempre buscou ser gigante.

Irreverência que dividiu opiniões, mas conquistou corações

Gabigol não era apenas um jogador; era um personagem. Em tempos de atletas cada vez mais comedidos, ele trouxe de volta o futebol raiz, onde a autenticidade fala mais alto. Em uma de suas falas mais marcantes, disse:

“Eu erro, eu acerto, mas nunca deixo de ser eu mesmo. Isso é o que me define.”

Dois episódios ilustram essa essência provocadora:

  1. O gol e a comemoração contra o Palmeiras (2019): Após marcar no Allianz Parque, Gabigol celebrou perto da torcida rival, exibindo a camisa do Flamengo. A provocação gerou uma reação inflamável, com cadeiras arremessadas em sua direção. Ele respondeu com naturalidade: “Mas aonde estava a torcida do Flamengo? O gol é o melhor momento do futebol, eu não vou deixar de comemorar o gol, aonde eu fizer gol eu vou comemorar.”
  • As provocações na Supercopa de 2021: Após a vitória sobre o Palmeiras, liderou cânticos de “Não tem Copinha, não tem Mundial”, zombando da ausência de títulos específicos do rival. A atitude dividiu opiniões, mas cativou ainda mais a torcida rubro-negra, que viu no atacante alguém que não se esquivava do confronto.

Uma despedida carregada de emoção

A última partida de Gabigol no Maracanã foi uma despedida digna de um ídolo. A torcida, que tantas vezes vibrou com seus gols, agora entoava cânticos de gratidão. “Fica, Gabigol” ecoou no estádio como um último pedido, uma tentativa de prolongar o inevitável.

Visivelmente emocionado, Gabigol declarou:

“— Eu gostaria de agradecer vocês pelo carinho, pelos momentos difíceis que também a gente passou. Como eu falei aquele dia lá na final, né? Os troféus vão ficar aí, vão lá para o museu. Talvez a gente nem veja mais os troféus, mas o que fica mesmo é a história. Dos treinos, das viagens, das brigas, dos títulos, das finais… É o que eu levo no meu coração. Só agradecer mesmo de coração. Todos, todos, todos. Foram seis anos, então, cada momento alguém me ajudou. Quando eu estava feliz, quando eu estava triste, quando eu estava bravo, quando eu estava revoltado… Em todos os momentos vocês me ajudaram. Eu sei que tinha ali bandeiras para mim, mas sem dúvida nenhuma, falando de todo meu coração, se não são vocês não existe o Gabriel, não existe o Gabigol. Isso é de coração mesmo – declarou o camisa 99 para os companheiros — iniciou Gabigol.

— Sem vocês não existiria tudo que aconteceu comigo ali dentro. Fui muito feliz, muito feliz. Eu saio muito tranquilo porque vivi tudo que tinha para viver. Então, o que eu peço para vocês agora é: boa sorte, e como falei para o Gerson ali, aproveitem. Aproveitem cada treino, cada momento, para quando chegar o dia de vocês saírem ou irem embora vocês irem tranquilos como eu estou. Vivi tudo, vivi tudo. As melhores coisas, as piores coisas… E graças a Deus o que vou levar no meu coração não são os troféus, não são as bandeiras, são vocês. Então agora muito mais relaxado, muito mais tranquilo, o que precisar aí, de uma resenha, tomar uma cervejinha… (Risos) Tomar um negocinho, fazer um churrasco, galera fechada de fazer churrasco aí. O que precisarem de mim estou aqui — concluiu o centroavante.”

Para a Nação Rubro-Negra, foi o fim de um ciclo inesquecível. Gabigol não foi perfeito, mas deu tudo de si. E isso, para o torcedor, é o que realmente importa.

Gabigol no Cruzeiro: o “Cabuloso” ganha um novo herói

Agora, no Cruzeiro, Gabigol carrega a expectativa de ser o protagonista que levará o clube de volta ao topo. Em Belo Horizonte, a chegada do atacante gerou uma verdadeira comoção. Em 24 horas, mais de 30 mil camisas com seu nome foram vendidas, e torcedores lotaram as redes sociais com mensagens de entusiasmo.

O apelido “Cabuloso” nunca fez tanto sentido. Gabigol chega para liderar um time que busca recuperar sua grandeza, e a torcida celeste já o vê como a peça-chave desse renascimento.

Obrigado, Gabriel Barbosa: um tributo pessoal

Como jornalista e torcedor, preciso dizer: obrigado, Gabigol. Você trouxe alegria, títulos e, mais do que isso, trouxe o Flamengo de volta ao patamar que merece.

Pais do Gabigol com o Jornalista Isaac Andrade
Foto por Isaac Andrade

Também quero agradecer à sua família: Valdemir, Lindalva e Dhiovanna. Vocês foram pilares fundamentais nessa caminhada. Só vocês sabem o quanto abriram mão, o quanto lutaram e o quanto se dedicaram para que Gabriel chegasse aonde chegou. Como disse a vocês no dia da despedida, todo sacrifício valeu a pena.

Gabigol, você foi um dos maiores capítulos da história do Flamengo. Boa sorte no Cruzeiro, e continue sendo você mesmo: o menino, o homem, o ídolo, o irreverente Gabriel Barbosa.

P.S Desde que não seja contra o Flamengo !

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