Com empate contra Central Córdoba, Flamengo se complica no Grupo C e pode ser eliminado mesmo vencendo os dois jogos restantes. Veja cenário de risco.
A crise na Libertadores se tornou uma rotina indigesta para o Flamengo. Na noite da última quarta-feira (7), o Rubro-Negro protagonizou mais uma atuação decepcionante no torneio continental ao empatar em 1 a 1 com o Central Córdoba, na Argentina, pela quarta rodada do Grupo C. O resultado não apenas mantém o time fora da zona de classificação, como também repete um roteiro que tem se tornado incômodo: pelo terceiro ano seguido, o Flamengo chega às rodadas finais precisando fazer contas para avançar às oitavas de final.
O desempenho da equipe, mais uma vez, foi abaixo da crítica. Considerado por muitos como o “melhor elenco do continente”, o time carioca somou apenas um ponto em dois confrontos contra o modesto Central Córdoba. O Flamengo agora ocupa a terceira posição do grupo, com cinco pontos em quatro partidas, atrás de LDU e Central Córdoba empatados com oito pontos.
Início promissor, fim decepcionante
A partida começou promissora para os cariocas. Logo aos nove minutos, Arrascaeta abriu o placar após boa troca de passes com Gerson. O gol parecia dar o rumo da vitória para o time comandado por Filipe Luís, mas o que se viu a seguir foi uma queda acentuada de rendimento.

O Flamengo passou a recuar e apostar nos contra-ataques, abrindo espaço para que os donos da casa tomassem as rédeas do jogo. O time argentino, empurrado pela torcida, cresceu no confronto e criou boas oportunidades. Aos 33 minutos do primeiro tempo, Rossi salvou o que seria o empate após falha de Pulgar.
Na segunda etapa, o castigo veio cedo. Aos 15 minutos, Gastón Verón, que havia acabado de entrar, subiu mais que Ayrton Lucas e cabeceou para o fundo das redes. A partir daí, o Central Córdoba se fechou e o Flamengo não teve capacidade de reagir. A posse de bola era apenas uma estatística e as poucas tentativas de finalização pararam nas mãos do goleiro Aguerre ou se perderam nos inúmeros erros técnicos.
Erros técnicos e falta de atitude
O que mais chamou a atenção na partida foi a quantidade de falhas técnicas do Flamengo. Passes curtos, domínios simples e conduções de bola foram desperdiçados com frequência. Jogadores como Pulgar, Gerson, Wesley e até Arrascaeta tiveram atuações muito abaixo do esperado. O gramado alto do estádio argentino até foi citado como um dificultador, mas está longe de justificar tamanho desnível técnico.
Em determinado momento, a falta de organização ofensiva e a passividade defensiva comprometeram o desempenho coletivo, que se mostrou insuficiente diante de um adversário de menor expressão continental.

Risco real de eliminação mesmo com duas vitórias
Com o empate, o Flamengo chegou a cinco pontos e agora precisa vencer os dois jogos restantes — contra a LDU, no Maracanã (15/05), e contra o Deportivo Táchira (28/05), também em casa — para chegar a 11 pontos e tentar garantir uma vaga nas oitavas. O problema é que, mesmo vencendo, o time pode ser eliminado.
Um possível cenário de triplo empate entre Flamengo, LDU e Central Córdoba, todos com 11 pontos, levaria a decisão para os critérios de desempate, como saldo de gols e número de vitórias. Se os rivais vencerem com placares mais elásticos e o Rubro-Negro triunfar por margens mínimas, existe a chance real de ficar pelo caminho ainda na fase de grupos.

Veja o cenário de risco para o Flamengo:
- Flamengo vence LDU e Deportivo Táchira → chega a 11 pontos
- Central Córdoba vence o Táchira → chega a 11 pontos
- LDU vence o Central Córdoba → também chega a 11 pontos
Neste caso, o saldo de gols definirá os classificados, e o Rubro-Negro poderá ser ultrapassado se não conseguir construir vitórias convincentes.
Flamengo precisa reagir com autoridade
A matemática ainda permite sonhar, mas o futebol apresentado até aqui não sustenta o otimismo. Para avançar, o Flamengo precisa vencer os dois compromissos em casa com autoridade, corrigir as falhas defensivas e reduzir drasticamente os erros técnicos. Mais do que nunca, será necessário transformar a pressão em desempenho e o Maracanã pode ajudar.
A missão está clara: vencer, convencer e torcer contra os próprios fantasmas. Caso contrário, o Flamengo corre o risco de repetir um vexame que, dado o investimento feito no elenco, seria inaceitável.