Flamengo chega a Avellaneda em busca da vaga na final. Histórico recente no “El Cilindro” traz boas lembranças de Gabigol e Pulgar.
A busca do Flamengo por mais uma final de Copa Libertadores da América começou oficialmente em solo argentino. A delegação rubro-negra desembarcou em Buenos Aires nesta segunda-feira (27) e seguiu direto para o Sheraton Greenvile, hotel onde o elenco ficará concentrado até o decisivo duelo contra o Racing, marcado para quarta-feira (29), às 21h30 (de Brasília), no estádio Presidente Perón, o tradicional “El Cilindro de Avellaneda”.
Com a vantagem de 1 a 0 conquistada no Maracanã, o time comandado por Filipe Luís precisa apenas de um empate para garantir presença em mais uma final continental. Caso o Racing vença pelo mesmo placar, a vaga será decidida nos pênaltis.
Concentração máxima em Avellaneda
O Flamengo repetiu a logística utilizada nas quartas de final contra o Estudiantes. A hospedagem é no mesmo hotel, o Sheraton Greenvile, localizado dentro de um condomínio que oferece privacidade e segurança. O isolamento é parte da estratégia do clube para evitar o contato com torcedores adversários e garantir total foco na preparação para o confronto decisivo.
O último treino antes do jogo está marcado para esta terça-feira (28), às 15h30, no CT do Defensa y Justicia — local já conhecido do elenco, que o utilizou durante a fase anterior da competição.
O reencontro com o “El Cilindro”
O retorno a Avellaneda traz boas lembranças ao torcedor rubro-negro. Na Libertadores de 2023, o Flamengo empatou com o Racing por 1 a 1, em partida marcada por recordes, polêmicas e grandes atuações. Na ocasião, Gabigol abriu o placar com um gol histórico: foi o lance que o transformou no brasileiro com mais gols na história da Libertadores, ultrapassando Luizão ao chegar aos 30 gols.
A jogada que originou o gol também teve a participação de Erick Pulgar, autor da assistência em uma cobrança de falta ensaiada. O chileno, que vivia momento de baixa após falhar na semifinal do Mundial de Clubes contra o Al Hilal, iniciou ali sua retomada no elenco rubro-negro.
Pulgar, hoje um dos pilares do meio-campo do Flamengo, é considerado peça-chave para o equilíbrio tático da equipe.
O recorde e a provocação de Gabigol
Além do gol histórico, aquele empate ficou marcado pela irreverência de Gabigol. Questionado sobre sua forma física, o atacante respondeu com ironia:
— Só recebo elogio em casa, que estou muito gostoso. O pessoal dá uma viajada, sinceramente não vejo (má forma física). Passam um pouquinho do ponto. Acho que é inveja também — afirmou Gabigol na ocasião.
A frase viralizou e se tornou um dos momentos mais lembrados da passagem do camisa 10 pela Argentina. Com 31 gols marcados na Libertadores ao longo da carreira, Gabigol segue como o maior artilheiro brasileiro da história do torneio, mesmo sem viver o protagonismo recente na competição.
Noite amarga para Sampaoli
Se Pulgar e Gabigol brilharam, Jorge Sampaoli viveu um dos capítulos mais constrangedores de sua carreira. À época técnico do Flamengo, o argentino foi duramente hostilizado pela torcida do Racing, que o chamou de “botón” (traidor) antes e durante a partida.
A rejeição vinha desde a Copa do Mundo de 2018, quando Sampaoli, então técnico da seleção argentina, deixou de convocar Lautaro Martínez e Centurión, ídolos do Racing. O desempenho irregular da equipe e a eliminação precoce para a França alimentaram a mágoa dos torcedores. Em Avellaneda, as ofensas ecoaram nas arquibancadas e até nas perguntas da imprensa local após o empate.
Clima de decisão
Agora, o cenário é outro. Sob o comando de Filipe Luís, o Flamengo vive um momento de estabilidade, com um elenco mais equilibrado e confiante. A vantagem conquistada no Maracanã é mínima, mas a palavra de ordem no vestiário é “concentração”.
O Rubro-Negro busca sua quinta final de Libertadores e mira o tetracampeonato continental. Com elenco estrelado, experiência em jogos grandes e a força de sua camisa, o clube carioca chega à Argentina determinado a transformar a vantagem em mais uma noite histórica.
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