Flamengo tem caixa reforçado com Gerson e Mundial, negocia Carrascal como alvo principal e avalia saídas de lateral e atacantes

A janela de transferências do meio do ano começou oficialmente nesta quinta-feira (10) e, até o dia 2 de setembro, o Flamengo promete ser um dos protagonistas do mercado. Com um caixa fortalecido impulsionado pela venda de Gerson e pela premiação do Mundial de Clubes, o Rubro-Negro prepara investidas pontuais para reforçar o elenco no segundo semestre.

A saída de Gerson rendeu R$ 160 milhões, e a premiação do Mundial soma cerca de R$ 131,9 milhões, já descontados impostos. Ao todo, o Rubro-Negro tem R$ 312 milhões disponíveis, o que dá margem para reforços de maior peso. Para este momento, a diretoria e o diretor de futebol José Boto prometem uma abordagem mais agressiva do que no início do ano, quando o departamento ainda estava em fase de reestruturação.

Saídas podem abrir mais espaço no elenco

Além da venda de Gerson, o Flamengo já projeta novas baixas. O lateral-direito Wesley, de 21 anos, negocia com a Roma, da Itália. O clube italiano deve formalizar uma oferta em torno de 25 milhões de euros (R$ 160 milhões) nos próximos dias. Se a saída se confirmar, o setor contará apenas com Varela, forçando a busca por um substituto imediato.

Outro jovem cobiçado é Wallace Yan, que chamou atenção no Mundial de Clubes e entrou na mira do Wolverhampton, da Inglaterra. O staff do atleta espera proposta oficial ainda em julho.

No ataque, Michael é visto como possível moeda de troca. Desde o retorno em agosto de 2024, o jogador não entregou o rendimento esperado e pode ser negociado se surgir uma proposta que interesse ao clube. Internamente, até Cebolinha é considerado negociável por conta de lesões e desempenho abaixo do esperado.

Carrascal é o alvo principal

O principal foco do Flamengo nesta janela é o meia colombiano Jorge Carrascal, do Dínamo de Moscou. A primeira proposta rubro-negra, de 12 milhões de euros (R$ 76,4 milhões), foi recusada pelos russos, que pediram 15 milhões de euros (R$ 95,5 milhões). Carrascal, que recebe cerca de 1,75 milhão de euros por ano (R$ 11,2 milhões), é visto como o nome ideal para disputar posição com Arrascaeta na armação.

A comissão técnica quer o jogador o quanto antes, mas a negociação segue travada. Mesmo assim, o Flamengo mantém conversas e busca flexibilizar valores e forma de pagamento para fechar o negócio.

Mais reforços estão no radar

O Flamengo também pretende contratar um atacante de lado, preferencialmente um ponta-esquerda habilidoso em espaços curtos. Uma negociação com Mikey Johnston, do West Bromwich, chegou a ser fechada, mas foi cancelada por pressão da torcida e divergências internas, o que gerou ruídos entre Boto e setores políticos do clube.

Outro alvo é um camisa 9 com características diferentes das de Pedro e Juninho, para se encaixar no modelo de jogo de Filipe Luís, baseado em pressão alta na saída de bola adversária. A zaga também não está totalmente fora do radar, embora a diretoria não veja necessidade imediata.

Planejamento financeiro segue rígido

Apesar do caixa recheado, a diretoria não planeja grandes alterações no orçamento. O investimento inicial para contratações em 2025 era de 25 milhões de euros, mas o valor deverá ser superado graças às receitas extras. Ainda assim, a ideia é trazer jogadores que disputem posição de forma imediata, evitando contratações apenas para compor elenco.

Com a janela aberta até setembro, o Flamengo se vê em posição de força para atacar o mercado e atender as demandas da comissão técnica. Nos bastidores, a ordem é não perder tempo para garantir que os reforços estejam integrados já no retorno do Brasileirão.

O recado ao torcedor é claro: o clube não medirá esforços para manter um elenco competitivo e brigar por títulos no segundo semestre. A expectativa é de mais novidades nas próximas semanas — e o Rubro-Negro quer ser protagonista dentro e fora de campo.