Flamengo busca mais 90 dias para assinar o acordo do terreno no Gasômetro enquanto reavalia custos e viabilidade do projeto

O Flamengo enfrenta um novo desafio em seu ambicioso projeto de construção de um estádio próprio. A diretoria rubro-negra estuda solicitar um adiamento de 90 dias para a assinatura do termo final de compra do terreno no Gasômetro, no Rio de Janeiro. O prazo atual expira no próximo dia 9 de abril, mas o clube busca mais tempo para concluir estudos de viabilidade que apontam custos superiores aos inicialmente previstos pela diretoria anterior.

Impacto no cronograma e custos elevados

Sob a gestão do presidente Bap, que sucedeu Rodolfo Landim, o Flamengo contratou duas empresas para avaliar a viabilidade da construção da nova arena. Os estudos indicam que os custos podem ultrapassar R$ 3 bilhões, superando significativamente a estimativa inicial que girava em torno de R$ 2 bilhões. Diante desse cenário, a diretoria considera necessário estender o prazo para a assinatura do acordo, visando uma análise mais aprofundada dos investimentos e das condições do projeto.

Apesar da possibilidade de adiamento, a diretoria assegura que o cronograma de início das obras não será afetado. As obras dependem da descontaminação do terreno e do remanejamento da estação de gás da Companhia Distribuidora de Gás (CEG), operada pela Naturgy. O clube mantém diálogo constante com a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Caixa Econômica Federal para alinhar esses processos.

Histórico do projeto do novo estádio

O sonho de um estádio próprio para o Flamengo ganhou forma concreta em novembro de 2024, quando a diretoria apresentou detalhes do projeto aos conselheiros e à torcida. O plano prevê uma arena com 60 metros de altura, equivalente a um prédio de 20 andares, praticamente o dobro do tamanho do Maracanã. O investimento total estimado em torno de R$ 2 bilhões, abrangendo gastos com aquisição do terreno, sondagem, descontaminação, terraplanagem, fundação, estruturas, instalações, estacionamento, cobertura, campo, urbanização e paisagismo.

O estádio está projetado para acomodar cerca de 77 mil pessoas, com 24 mil lugares destinados a setores populares atrás dos gols. Prevê-se a instalação de 6.200 m² de painéis de LED, incluindo um telão interno com visão 360º. A acústica foi cuidadosamente planejada para amplificar o som da torcida, podendo alcançar 16 decibéis acima de um estádio convencional, criando uma atmosfera intimidadora para os adversários. Além disso, a área VIP contará com 154 camarotes com 3.086 assentos e 15 lounges de alto padrão, além de mil assentos reservados para cadeiras cativas.

Um dos destaques do projeto é a proximidade entre as arquibancadas e o campo, estimada em apenas 7 metros, uma das menores distâncias em estádios brasileiros. O gramado será adaptável às diversas condições climáticas do Rio de Janeiro, garantindo a qualidade do jogo em qualquer situação. Externamente, está prevista a construção de uma área com telão para servir como ponto de encontro da torcida em dias de jogos fora de casa ou para outros eventos.

Próximos passos e expectativas

A diretoria do Flamengo permanece comprometida em realizar o sonho de um estádio próprio, que represente a grandiosidade do clube e de sua torcida. A solicitação de adiamento visa assegurar que todas as etapas sejam cumpridas com a devida diligência, garantindo a viabilidade financeira e estrutural do projeto. A expectativa é que, superados os desafios atuais, as obras possam iniciar o mais breve possível, com a meta de inauguração alinhada aos desdobramentos de toda essa situação. Flamengo segue trabalhando para transformar em realidade o sonho de uma casa própria, que simbolize a paixão e a força da Nação Rubro-Negra.