Derrota por 4 a 2 para Bayern deixa lição para Flamengo no restante da temporada
O sonho do Flamengo em conquistar o tão sonhado título do Mundial de Clubes mais uma vez foi interrompido por um gigante europeu. Na tarde deste domingo, no Hard Rock Stadium, em Miami, o Rubro-Negro enfrentou o Bayern de Munique pelas oitavas de final do torneio e, apesar de ter mostrado coragem em alguns momentos, sucumbiu diante dos próprios erros e da superioridade técnica do adversário. A derrota por 4 a 2 eliminou a equipe comandada por Filipe Luís, mas deixou uma lição valiosa para o restante da temporada.
Um início de jogo que custou caro
Desde o apito inicial, ficou claro que o Flamengo precisaria de uma atuação praticamente perfeita para superar o Bayern. No entanto, o time carioca entrou em campo nervoso e, em questão de minutos, entregou de bandeja dois gols para os alemães. Logo aos dois minutos, Wesley perdeu a bola na saída de jogo, Rossi saiu mal, e o Bayern acumulou escanteios. Em um deles, Pulgar, tentando cortar, marcou contra e abriu o placar para os bávaros.
Aos nove minutos, novo vacilo: Arrascaeta perdeu a bola, ela sobrou para Harry Kane, que não perdoou e ampliou. Em menos de dez minutos, o Flamengo via o Bayern transformar a estratégia rubro-negra em um pesadelo. Ainda assim, a torcida rubro-negra não se calou. Mesmo longe de casa, a Nação empurrou o time que, aos poucos, começou a reagir em campo.

Momento de reação e nova decepção
A primeira grande chance do Flamengo aconteceu aos 14 minutos. Luiz Araújo, em boa jogada individual, chutou forte, obrigando Neuer a operar um milagre com a mão direita. O time ganhou confiança, trocou passes com mais segurança e, aos 32 minutos, Gerson acertou um chute indefensável para diminuir o prejuízo e incendiar o jogo.

No entanto, a empolgação durou pouco. O Flamengo recuou as linhas, chamou o Bayern para o seu campo defensivo e acabou castigado. Goretzka, aproveitando uma sobra na entrada da área, marcou o terceiro dos alemães aos 40 minutos. Pulgar, lesionado, precisou sair para a entrada de Allan, mas o cenário não mudou até o intervalo. Apesar da desvantagem de 3 a 1, o Flamengo teve números equilibrados em posse de bola (51% a 49%) e finalizações (2 a 2).
Volta com esperança, mas roteiro se repete
Na segunda etapa, o Flamengo voltou determinado a encurtar a diferença no placar. E conseguiu logo aos nove minutos, quando Arrascaeta cruzou, Olise colocou a mão na bola e o árbitro marcou pênalti. Jorginho cobrou com frieza, deslocou Neuer e manteve o Rubro-Negro vivo na partida.

A esperança, no entanto, durou até os 20 minutos. O Bayern, com sua característica pressão alta, forçou Luiz Araújo ao erro. A bola sobrou para Harry Kane, que, novamente, mostrou por que é um dos principais atacantes do mundo: dominou e fez o quarto dos alemães. A partir daí, a equipe comandada por Vincent Kompany passou a administrar a vantagem com toques seguros e ocupando bem os espaços.
O Flamengo, mesmo tentando, não conseguiu mais reagir. A melhor oportunidade veio novamente em uma bola aérea, mas não passou disso. Do outro lado, o Bayern ainda desperdiçou boas chances com Sané, que parou em Rossi, responsável por evitar uma goleada ainda maior.
O saldo final
Apesar da eliminação, o Flamengo não pode sair do Mundial de cabeça baixa. Filipe Luís manteve a proposta ofensiva, fiel ao DNA rubro-negro, mesmo diante de um dos melhores times do mundo. Fechar a defesa e abdicar do ataque poderia ter significado uma derrota ainda maior, já que nomes como Kane, Coman e Sané vivem do mínimo espaço para decidir.
Há pontos positivos a destacar. Jorginho mostrou personalidade, De la Cruz recuperou bom futebol, e a torcida deu mais uma prova de que, onde quer que o Flamengo jogue, terá apoio incondicional. Em contrapartida, a lesão de Pulgar — que deve ficar fora por cerca de dois meses por conta de uma fratura no pé direito — é um duro golpe para Filipe Luís, que terá que reorganizar o meio de campo.

Flamengo: eliminado, mas ainda muito vivo.
O Mundial de Clubes para o Flamengo foi positivo do ponto de vista de aprendizado. A eliminação doeu, mas a postura de enfrentar com dignidade um gigante europeu precisa ser valorizada. Ao contrário do que aconteceu em 2023, quando a participação foi marcada por atuações apáticas, desta vez o Rubro-Negro mostrou organização, coragem e, acima de tudo, vontade de competir.
Para sonhar alto na temporada, o time de Filipe Luís precisará corrigir falhas individuais e, principalmente, trabalhar o lado emocional para suportar a pressão de jogos grandes. O Bayern mostrou que, nesse nível, qualquer vacilo é fatal.
Agora, o foco é transformar cada lição deste Mundial em combustível para a sequência da temporada. Com um elenco forte, uma torcida que não abandona e um técnico que conhece profundamente a filosofia do clube, o Flamengo tem todas as condições de se reerguer e mirar conquistas importantes em 2025. O torcedor, que fez a festa em Miami, segue acreditando. E motivos não faltam para isso.

1 comentário em “Flamengo mostra coragem, mas erra demais e está eliminado do Mundial”