José Boto reforça compromisso do elenco Rubro-Negro nos EUA, fala sobre bastidores da possível saída de Gerson e analisa favoritismo europeu no Mundial.

O Flamengo já está em solo norte-americano para a disputa do Mundial de Clubes da FIFA, e a delegação rubro-negra desembarcou nos Estados Unidos na última quinta-feira com um elenco completo e foco total na competição. Logo nas primeiras horas no país, o diretor executivo de futebol do clube, José Boto, falou com a imprensa e tratou de um dos assuntos mais comentados nos bastidores: a possível saída de Gerson para o Zenit, da Rússia.

Durante a coletiva, Boto afirmou que, até o momento, o meio-campista segue com status de jogador do Flamengo. 

“ Até o momento, o Gerson é jogador do Flamengo, com todos os direitos e todos os deveres dos jogadores do Flamengo. Está motivado para jogar o Mundial e, se joga ou não, não é uma decisão minha, é do técnico. Mas está aqui, como todos os outros 31 que estão aqui prontos para o técnico os utilizar” — comentou Boto, reforçando o comprometimento do camisa 8 com a competição.

Segundo o diretor, o clube carioca ainda não foi oficialmente comunicado pelo Zenit sobre o pagamento da multa rescisória de 25 milhões de euros (aproximadamente R$ 158 milhões), valor estipulado para liberar o jogador. Caso a negociação se concretize, a saída de Gerson ocorrerá apenas após o término do Mundial de Clubes.

Declaração firme sobre bastidores extracampo

Antes de responder às perguntas dos jornalistas, José Boto avisou que faria um pronunciamento exclusivo sobre a situação de Gerson e não abordaria mais o tema. No entanto, ao ser questionado se os assuntos extracampo envolvendo Gerson e Bruno Henrique — este último denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal por fraude esportiva e estelionato — poderiam interferir no ambiente da equipe, o dirigente português não se esquivou:

“Eu não ia responder, mas vou. Quando há uma decisão grande para o Flamengo, surgem sempre umas notícias. Bruno Henrique é condenado, indiciado ou não sei o quê. De fora, me parece estranho, mas não posso opinar. Há sempre um ‘timing’ para certas coisas aparecerem. Garanto que todos estão focados e motivados. Essa competição não precisa de motivação extra.”

Boto mira classificação em grupo equilibrado

O Rubro-Negro estreia no Mundial de Clubes na próxima segunda-feira, dia 16, às 22h (horário de Brasília), contra o Espérance, da Tunísia, em Filadélfia. Além dos tunisianos, o grupo conta ainda com Chelsea, da Inglaterra, e Los Angeles FC, dos Estados Unidos. Sobre as expectativas, Boto foi direto:

“É óbvio que olhando para o grupo, nós planejamos passar da fase de grupos. Depois é jogo a jogo. Não podemos fazer planejamento numa competição dessas. Em um jogo só, as coisas ficam equilibradas. O Espérance é uma equipe com futebol difícil. O futebol da África é muito técnico, muito rápido. Mas olhando para o nosso grupo, nós projetamos passar da fase de grupos. Vamos ver o que o encaixe pode nos dar depois. Vamos desfrutar os jogos todos. Vamos competir. É uma experiência única para toda a gente que está aqui.”

Sem obrigação, mas com responsabilidade

Apesar de reconhecer que o clube não entra no Mundial com o mesmo favoritismo de competições como o Carioca, Brasileiro ou Libertadores, Boto afirmou que o Flamengo carrega uma responsabilidade por ser o maior representante do continente. O dirigente Rubro-Negro deixou claro que o clube chega ao Mundial com ambição, comprometimento e foco, mesmo diante dos desafios extracampo e da força dos adversários europeus.

A equipe comandada por Filipe Luís fará sua estreia no Mundial na próxima segunda-feira (16), às 22h (horário de Brasília) contra o Espérance, da Tunísia, e depois enfrentará o Chelsea no dia 20, às 15h. Ambos os jogos acontecerão no Lincoln Financial Field, na Filadélfia. O Flamengo encerrará a fase de grupos no dia 24, contra o Los Angeles FC, às 22h, no Camping World Stadium, em Orlando.