Novamente Flamengo é superior, mas não converte posse em gol, sofre com desfalques e fica distante da liderança do Brasileirão.
O empate sem gols entre Flamengo e Botafogo, na noite de domingo (18), no Maracanã, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro, foi um retrato fiel das dificuldades enfrentadas pelo Rubro-Negro em meio a uma maratona de jogos e desfalques importantes. Apesar do domínio, especialmente no primeiro tempo, o time de Filipe Luís não conseguiu transformar o volume de jogo em chances reais de gol e se distanciou da liderança, agora ocupada pelo Palmeiras com quatro pontos de vantagem.
Domínio ineficaz e falta de criatividade
Desde os primeiros minutos, o Flamengo controlou a posse de bola, chegou a alcançar 70%, e encurralou o Botafogo no campo de defesa. No entanto, esbarrou em erros de decisão, baixa efetividade no terço final e ausência de peças fundamentais para construir jogadas mais incisivas. A falta de Arrascaeta, poupado, e Gerson, suspenso, foi sentida. Ambos são fundamentais na retenção da bola e na articulação ofensiva, papéis que não foram devidamente ocupados por seus substitutos.
Luiz Araújo foi o mais criativo entre os titulares, mas sem mobilidade e com pouca ajuda dos companheiros, pouco pôde fazer. A melhor chance do primeiro tempo surgiu de um erro da defesa alvinegra, entregando a bola nos pés de Luiz, que finalizou para boa defesa de John. Além disso, outras finalizações como a de Alex Sandro e do próprio camisa 7 passaram perto, mas sem grande perigo.

Desorganização e cansaço determinam 2º tempo
Com o avanço do jogo, o time rubro-negro demonstrou uma grande queda de intensidade e organização. A entorse no joelho de De La Cruz foi um golpe duro, tirando de campo o principal articulador da equipe até então. Filipe Luís foi obrigado a improvisar, com Varela atuando como volante e mudanças ofensivas que não surtiram efeito. Juninho e Matheus Gonçalves entraram para dar novo fôlego, mas erraram diversas decisões e contribuíram pouco. A ausência de Pulgar, com lesão na coxa direita, também comprometeu a fluidez da saída de bola, sobrecarregando De La Cruz até sua lesão.
“A partir do minuto 15 em diante, eu perdi a mão do jogo, ficou um pouco caótico. Posições não estavam sendo respeitadas e já não era o futebol que eu gosto”, admitiu Filipe Luís, demonstrando insatisfação com o que viu em campo na etapa final.

Filipe Luís critica calendário e aponta desgaste
Após a partida, o técnico Filipe Luís destacou que o empate foi justo diante das circunstâncias e reforçou que vários jogadores estavam atuando “no limite físico”.
“Jogamos sábado com o Bahia, quinta na Libertadores, para jogar no domingo. Ter muitos jogos é um privilégio. Há times que estão sem calendário. É um privilégio, mas pode ser melhor feita. Enquanto a perna está fresca, o futebol está ali. Desse jeito, os melhores não estarão em campo. É simples assim. Perdemos o Arrascaeta, não conseguiu estar em condições. BH foi no sacrifício. Alex Sandro e zagueiros foram no limite. Temos um elenco qualificado. Poderíamos ter feito um melhor jogo, mas enfrentamos um grande adversário”, explicou Filipe Luís.

Panorama
O clássico no Maracanã deixou claro que o Flamengo tem profundidade no elenco, mas ainda sofre para manter o nível de competitividade em meio a uma maratona de jogos. O controle da posse de bola, embora relevante, não tem se traduzido em resultados eficazes sem peças-chave no meio-campo. Se quiser se manter firme na briga pelo título do Brasileirão e avançar nas outras competições, o time precisa recuperar seus principais nomes e corrigir a baixa produtividade ofensiva, que se mostrou mais uma vez como o principal calcanhar de Aquiles da equipe em 2025.
Agenda
Com o empate, o Flamengo chegou aos 18 pontos e segue na segunda colocação. O próximo compromisso do Rubro-Negro será contra o Botafogo-PB, na quarta-feira (22), pela Copa do Brasil. Filipe Luís deve poupar titulares visando o confronto direto contra o líder Palmeiras, no domingo (25), no Allianz Parque.