Apesar de parecer preocupante, Flamengo ainda vive uma situação financeira confortável com receitas acima de bilhões de reais, mas torcida liga um sinal de alerta para o futuro do clube
Há poucos meses o Flamengo comemorava que sua dívida havia reduzido para apenas R$ 50 milhões, uma conquista imensa e importantíssima para um clube que, em 2013, tinha uma das maiores dívidas entre todos os clubes do futebol brasileiro – talvez até a maior. Desde então, as duas diretorias que assumiram o clube, tanto a de Eduardo Bandeira de Mello quanto a atual de Rodolfo Landim, foram essenciais para mudar o patamar financeiro do Flamengo, organizando as finanças e, depois, fazendo-as crescer.
Sinal de alerta
De abril até novembro de 2024, é possível dizer que a dívida do clube da Gávea teve um salto exponencial, o que preocupa os torcedores. Em abril os números apontavam a dívida na casa dos R$ 50 milhões, porém em novembro o valor já estava em cerca de R$ 380 milhões, um aumento de mais de 680%.
É compreensível o torcedor ficar preocupado lendo as notícias afirmando um crescimento tão grande em um período curto de tempo, mas a situação ainda não é preocupante.
Quem é o culpado?
A torcida do Flamengo, a todo momento que o assunto sobre a dívida do clube aparece nas conversas, tenta encontrar um único culpado para protestar contra ele. De maneira mais simples, a torcida pode afirmar que a culpa seja da irresponsabilidade da diretoria em não ter um planejamento estratégico para dar esse salto exponencial da dívida. Mas é preciso detalhar melhor esse ponto para os torcedores entenderem que foi um conjunto de fatores que levou o clube a essa situação.
Não houve irresponsabilidade do Flamengo na compra do terreno do Gasômetro para a construção do seu novo estádio, o valor da compra representa menos da metade da dívida atual. Então onde está o resto do montante que fez a dívida crescer tanto? Dois fatores respondem essa pergunta: as compras caras de jogadores, como por exemplo do Alcaraz (R$ 110 milhões) e também a falta de vendas de jogadores, como a de Wesley, que renderia R$ 120 milhões. Ou seja, esses três fatores somados (terreno do estádio, compra de jogadores e a falta da venda deles) é que levaram o clube a ter a dívida atual.
Flamengo não quebrou
O Flamengo terá caixa praticamente zerado no início de 2025 e talvez tenha que adotar uma postura mais cautelosa para diminuir os gastos. Entretanto, o clube não está em uma situação de calamidade. A receita do Flamengo no ano passado, 2023, mesmo sem ganhar nenhum título, foi acima de R$1,3 bilhões. Já em 2024 essa receita caiu um pouco, mesmo conquistando a Copa do Brasil, mas ela ainda está na casa dos bilhões de reais. Os gastos aumentaram, a dívida também, mas o Flamengo vive uma relação financeira saudável. O clube não está em crise.
O que vale ressaltar é que em tempos de eleição o torcedor fica apreensivo, preocupado em saber se a diretoria que for eleita vai manter o clube com as finanças em dia. A dívida era quase ínfima e agora tem um peso, principalmente a curto prazo. Quem assumir o novo mandato em 2025 terá a tarefa de tranquilizar a torcida rubro-negra e não deixar que outro crescimento exponencial e repentino da dívida do clube seja um problema que preocupe seus torcedores.