Alerta no Flamengo: Empate com LDU expõe falhas ofensivas na Libertadores - Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Alerta no Flamengo: empate com LDU expõe falhas ofensivas reincidentes na Libertadores

Empate do Flamengo contra a LDU acende alerta para a necessidade de ajustes no setor ofensivo, que segue ineficaz apesar do controle do jogo e da pressão da altitude.

O empate em 0 a 0 entre Flamengo e LDU, nesta terça-feira (22), em Quito, acendeu um alerta importante no Rubro-Negro. O ponto conquistado fora de casa, diante da altitude e contra o adversário mais difícil do Grupo C, pode ser considerado positivo. No entanto, o desempenho voltou a evidenciar um problema recorrente: a dificuldade em transformar controle e posse de bola em gols. O Flamengo desperdiçou uma ótima oportunidade de vencer e se isolar na liderança, e o empate acabou soando como mais uma chance perdida na caminhada pela classificação.

Defesa segura, mas ataque em alerta

Com quase 60% de posse de bola, o Flamengo conseguiu controlar o jogo, neutralizou bem a LDU e sofreu pouco defensivamente. Ainda assim, faltou objetividade no ataque. O alerta está justamente aí: a equipe dominou o meio-campo, criou espaços, mas falhou de novo nas finalizações e na tomada de decisão no último terço do campo.

As principais chances rubro-negras foram criadas uma em cada tempo. Na primeira etapa, Arrascaeta recebeu com liberdade na entrada da área, se livrou da marcação e finalizou de canhota, mas sem força, facilitando a defesa do goleiro Domínguez. No segundo tempo, outra grande chance desperdiçada. Luiz Araújo fez grande jogada individual, driblou o zagueiro também na entrada da grande área, tinha liberdade para escolher o canto, mas preferiu bater com mais força do que jeito e acabou finalizando por cima do gol.

Arrascaeta durante a partida contra a LDU - Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
Arrascaeta durante a partida contra a LDU – Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Repetição dos mesmos erros ofensivos

O desempenho ofensivo do Flamengo tem seguido um padrão preocupante. A posse de bola é mantida com facilidade, mas as jogadas de ataque são previsíveis e mal executadas. A equipe até encontra caminhos para infiltrar, mas peca na última ação. Contra a LDU, isso ficou evidente mais uma vez — e o empate se tornou o retrato de um time que não consegue transformar superioridade em placar.

Esse cenário não é novo. Já havia sido observado em outras partidas da temporada, inclusive na estreia da Libertadores contra o Central Córdoba, quando o Flamengo também criou muito, mas falhou em concluir. A reincidência dessas falhas táticas e técnicas acende o alerta sobre a efetividade do sistema ofensivo atual.

Altitude pesa, mas não justifica

A altitude de Quito, com cerca de 2.850 metros, representa sempre um obstáculo físico relevante. A bola ganha velocidade, o fôlego encurta e a adaptação é difícil. Ainda assim, o Flamengo demonstrou capacidade de se impor em campo, principalmente na etapa final. Teve espaço, teve tempo e teve controle. Faltou atitude mais agressiva para buscar o resultado. A LDU, mesmo jogando em casa, não exerceu grande pressão.

Dessa forma, o empate precisa ser relativizado. Jogar na altitude não pode servir eternamente como escudo para atuações mornas no setor ofensivo. O alerta se intensifica quando o adversário dá sinais de vulnerabilidade e ainda assim o time não consegue capitalizar.

Gerson, Flamengo, LDU, Libertadores — Foto: Rodrigo BUENDIA / AFP
Gerson, Flamengo, LDU, Libertadores — Foto: Rodrigo BUENDIA / AFP

Situação ainda controlada no grupo

Mesmo com o empate, o Flamengo segue em posição razoável no Grupo C da Libertadores. Com quatro pontos em três jogos, está empatado com o Central Córdoba, um ponto atrás da líder LDU. O Deportivo Táchira ainda não somou pontos. O grupo permanece equilibrado, mas o Rubro-Negro perdeu a chance de abrir vantagem e ganhar tranquilidade para a sequência da fase de grupos.

O próximo desafio será contra o Central Córdoba, na Argentina, no dia 7 de maio. Um confronto que, após o empate desta terça, ganha peso decisivo. Vencer fora de casa se torna obrigatório para evitar que a pressão aumente e que a classificação fique ameaçada.

Ponto importante, mas alerta ligado

Diante do contexto — altitude, adversário forte, Libertadores — o empate não é um desastre. Mas a análise fria mostra que a vitória esteve ao alcance. O Flamengo desperdiçou mais uma vez oportunidades claras e manteve um padrão ofensivo ineficaz. O alerta está ligado: se não corrigir essas falhas rapidamente, o time pode acabar complicando um grupo que, no papel, parecia acessível.

Com uma defesa sólida e um meio-campo dominante, o Flamengo já provou que tem estrutura para brigar pelo título. Mas a Libertadores exige eficiência, principalmente nas decisões ofensivas. E é justamente nesse ponto que o Rubro-Negro mais tem deixado a desejar.

Filipe Luís cumprimenta Luiz Araújo após LDU x Flamengo — Foto: Gilvan de Souza / Flamengo
Filipe Luís cumprimenta Luiz Araújo após LDU x Flamengo — Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

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